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  • Foto do escritorRebeca Passos

Por que a eleição para prefeito do Rio é tão importante no cenário nacional

Atualizado: 3 de jul.

À frente das pesquisas, Eduardo Paes disputa prefeitura de olho no governo do Estado e na manutenção da aliança com Lula; bolsonaristas apostam no delegado Alexandre Ramagem


Intenções de voto para Paes é o dobro da soma dos adversários - Foto: Prefeitura Rio e Câmara dos Deputados

Em um cenário político nacional polarizado, a eleição para prefeito do Rio de Janeiro em 2024 promete ser uma das mais estratégicas dos últimos anos. Eduardo Paes (PSD), atual prefeito, lidera as pesquisas com ampla vantagem, mas enfrenta concorrentes como Alexandre Ramagem (PL), apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. A corrida pela prefeitura envolve não apenas a escolha do próximo líder da cidade, mas também a definição de quem poderá ocupar o cargo de vice-prefeito –  um papel que pode se tornar crucial caso Paes decida se candidatar ao governo do estado em 2026.


Theo Rodrigues, professor de Sociologia Política na Universidade Candido Mendes (Ucam) e mestre em Ciência Política, afirma que a eleição deste ano não apenas determinará o futuro imediato do Rio de Janeiro, mas também terá implicações profundas para o cenário político estadual e nacional, influenciando as estratégias de partidos e candidatos nos próximos anos: “A estratégia de Eduardo Paes de se posicionar como um moderado eficaz e os esforços dos outros candidatos são fatores-chave que moldarão o resultado da eleição”.


Paes tem se posicionado como um candidato de centro, busca distanciar-se do radicalismo associado ao ex-presidente Jair Bolsonaro e mostra simpatia pelo campo liderado pelo presidente Lula, mas sem se alinhar diretamente. Sua estratégia, segundo Theo, inclui destacar realizações concretas e obras. Paes se apresenta como um gestor eficiente que entrega resultados tangíveis para a população.


Foram comprados 561 novos ônibus para requalificação do Sistema BRT durante o mandato de Eduardo Paes - Foto: Beth Santos/ Prefeitura do Rio

Rodrigues diz que, com a economia do país em melhora, há uma tendência dos eleitores reelegerem os incumbentes, o que beneficia Paes. Essa estabilidade econômica favorece a percepção de continuidade e confiança no atual prefeito: “Outros candidatos estão respondendo à liderança de Paes de diferentes maneiras. Tarcísio Motta (PSOL) está se esforçando para superar Alexandre Ramagem (PL) e garantir um lugar no segundo turno”. 


O professor ainda menciona que o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, candidato do PL apoiado pelo governador Claudio Castro e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, enfrenta o desafio de ser ainda pouco conhecido entre os eleitores cariocas. No entanto, o campo conservador tem demonstrado uma capacidade significativa de mobilização e transferência de votos através de redes sociais e organizações religiosas evangélicas. 


Ramagem foi escolhido como potencial candidato do PL após o político e militar da reserva Walter Braga Netto ser condenado por uso eleitoral dos festejos de 7 de Setembro de 2022. Em janeiro deste ano, o ex-diretor da Abin foi alvo de uma operação da Polícia Federal que aprofundou as investigações sobre o uso de um programa espião adquirido pela agência, que permite o rastreamento da localização de pessoas sem autorização judicial.


Projeções para o cenário político nos próximos meses


Segundo a primeira pesquisa Quaest sobre a eleição de 2024 do Rio, Paes tem 51% das intenções de voto, enquanto Ramagem soma 11% e Tarcísio Motta possui 8%. Em possível segundo turno, Paes tem vantagem sobre ambos candidatos.


As expectativas não se limitam a quem será o próximo prefeito do Rio de Janeiro, mas também de quem será o vice-prefeito, afirma Theo, uma vez que Paes pode deixar o cargo para concorrer ao governo do estado em 2026, o que torna a escolha desse cargo uma peça estratégica para os próximos anos. “Esse cenário eleva a importância das alianças e das negociações políticas durante a campanha. Paes busca um vice de confiança, possivelmente Pedro Paulo (PSD), enquanto o PT e outros partidos aliados têm seus próprios candidatos para o posto, como Adilson Pires (PT), André Ceciliano (PT) e Martha Rocha (PDT)”, afirma Rodrigues. Isso torna a escolha do vice um ponto crucial nas negociações políticas.


As próximas semanas prometem ser decisivas, com os candidatos intensificando suas campanhas e na busca de consolidar suas bases de apoio. A configuração final dos candidatos e suas respectivas estratégias ainda podem sofrer mudanças significativas, influenciadas por debates, eventos e novas alianças políticas.


Lista de pré-candidatos para prefeito:


  • Alexandre Ramagem (PL)

  • Cyro Garcia (PSTU)

  • Dani Balbi (PC do B)

  • Eduardo Paes (PSD)

  • Juliete Pantoja (UP)

  • Marcelo Queiroz (PP)

  • Otoni de Paula (MDB)

  • Pedro Duarte (Novo)

  • Rodrigo Amorim (União)

  • Tarcísio Motta (PSOL)


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